3 – A minha própria WWE
Como é que é isso? É o que todos fazem, ou que gostariam de fazer. Quem mais faz é quem menos devia, que todos têm ideias brilhantes e sabem como devem ser as coisas e se fossem bookers de um programa, havia de ser jeitoso. Que gerissem uma companhia, que ela falia em 20 minutos. Mas há maneiras divertidas e inofensivas de o fazer, alguns espaços dedicados à modalidade como este mesmo site até recorrem assim a umas “fantasy leagues” desse género, e… Dando asas à criatividade, também não podia ficar atrás.
Como o fazia? Recorrendo ao videojogo. Exactamente, o tal “Smackdown: Here Comes the Pain” também rodou muito e ganhou os seus riscos à custa disto. O que fazia? Era o booker e o espectador. Nada dessas tretas do “General Manager mode” que chegaria algum tempo depois e o “season mode” certamente não seria suficiente. O que fazia era escrever o meu guião, à mão e fazer o programa no jogo. Como disse, não conseguia deixar de ser espectador. A não ser que precisasse de um resultado específico para dar seguimento a uma storyline e tivesse que o fazer eu, deixava o CPU fazer os combates sozinhos. E, ao contrário dos sucessores, esse jogo tinha uns CPUs capazes de fazer grandes combates de acção rápida. Ainda fazia eu isso há pouco tempo, no meu segundo PPV, que era o Bad Blood, – que dizem que vai voltar, não é, olha que giro – tinha os títulos de Tag Team vagos e coloquei três equipas a lutar por eles num Ladder match e foi a loucura. Combate favorito até hoje!
Um piadão que aquilo tinha e, por estranho que fosse, é daquelas coisas que dá para dizer… Podia dar para pior. Era em tempo real, portanto fazia cada programa no seu dia – nada de fazer muitos de uma vez para avançar no tempo e acelerar as coisas – e até me lembro de estar a acabar a semana de aulas, no final de tarde de sexta-feira e até sentir ali alguma antecipação de ir para casa fazer o Smackdown. Era uma coisa minha – e naquele Verão de 2006 foi mesmo só para mim – mas nos seus inícios, com os meus guiões, por um punhado de semanas, lá consegui ter uns dois ou três amigos investidos. Era divertido. Lembro-me de pouco do que tenha desencantado, mas sei que muita coisa não era assim tão boa. PPVs – que fazia ao Sábado, muito à frente do meu tempo já – tinham demasiados combates e eram demasiado longos – olha, afinal também já era a AEW antes da AEW. Eventualmente, o Smackdown vs Raw 2006 juntou-se e lá me fazia trocar de CD, de acordo com o necessário. Entre os plantéis dos dois jogos, alguma outra Superstar criada de propósito e até as personagens dos grandalhões correspondentes ao grupo de amigos estavam lá e constituíam o plantel – por acaso, a minha personagem era aquele midcarder para encher, que era Campeão Intercontinental de vez em quando, nunca usei isto para encher o ego. Ou seja, nem conseguia usá-los todos. Lá está, era a AEW antes da AEW. E, com certeza, as storylines não seriam assim tão grande espingarda. Mas divertia-me imenso e até é uma coisa que considero muito característica minha e que até deixa umas saudades. Claro que nunca conseguiria continuá-lo até hoje, mas se calhar até já teria amadurecido a escrita e tinha uma coisa mais sólida… Ui, será que a velhinha PlayStation 2 ainda funciona?!
16 Comentários
Parabéns pelas 500 edições, e pelo trabalho que tens em entreter-nos todas as semanas! Venham mais 500!
Congratulationsssss
Parabens amigo, voce pra mim é a melhor coisa que ja se teve/tem nesse site. Sempre continue, mesmo quando não comento eu leio, imagino que com outros tambem é assim.
É MUITO raro comentar, mas leio praticamente todos os Top 10 e é sem dúvida o melhor artigo do site, sem desvalorizar os outros. Continua com o bom trabalho e cá te esperamos daqui a 2 semanas. Parabéns!
Muitos parabéns pelos 500 top 10 feitos, é sempre bom ver aqui redigido algo de forma tão apaixonada, é isso que faz a vida valer a pena, paixão e amor! Que venham mais 500!
Entretanto quero só fazer uns comentários, já que temos uma história parecida neste sentido. Eu também entrei na onda mais tarde que a malta da escola. Já a malta falava da WM21 e eu só começava a ver a partir do RRumble de 2006 com o Rey Msterio a ganhar. Colei logo com aquele conceito fixe de combate que hoje em dia me entusiasma. Comecei a ver tarde mas enquanto a malta toda desistia de ver, tal como o autor, também eu continuei até hoje! Já tive também alguns momentos épicos de ver wrestling ao vivo, incluindo em tugaland no auge do SDLive!, e upa upa, recomendo pelo menos uma vez na vida a quem é fã de ir experienciar nem que seja uma vez! Este ano fui a um evento de wrestling pela 3ª vez e ainda não acabei! Just do it!
Sobre a entrada #11, a minha mente quer imaginar a cena descrita a acontecer mas não dá, aposto que foi mais épico ao vivo do que a imaginação consegue produzir lol.
Uma sugestão que faço relativamente aos gamers de wrestling, para quem coleciona os jogos todos da WWE e gosta de escrever histórias, é fazer storylines que atravessam os jogos todos. a começar no mais antigo que tiverem até ao mais recente. Isso é que era!
Cheers!
Eu ainda sou do tempo que vi WWF na RTP ao sábado de manhã, lembro como se fosse hoje de ver yokozuna dar cabo de Jim Duggan
“mas este gajo ainda anda aqui?”, penso nisto todas as semanas e todas as semanas tenho o maior prazer em editar, ajustar e publicar os teus artigos. 😄
Muito obrigado, Chris, por mais de uma década no Wrestling PT, e pelo incrível marco das 500 edições do Top Ten! 👏🏻
Estaria a mentir se dissesse que li todos os teus artigos, inclusive estaria a mentir se dissesse que li a maior parte, mas acompanho-te com bastante regularidade, mas este, li com especial atenção porque respeito bastante o teu trabalho e o trabalho que tens em escrever esta rubrica e revi-me em bastantes pontos, tal como tu, sou sempre bombardeado com comentários de “ainda vês isso?” ou “sabes que é tudo a fingir?”… Provavelmente já nos cruzámos no campo pequeno porque tal como tu também fiquei do lado contrário à porta do autocarro e também pude assistir à estranha simpatia da Charlote. Os meus parabéns e que continues o teu bom trabalho sempre com o bom humor que te caracteriza.
Agora um desafio para quem de direito, para quando uma comunidade no discord? acho que faz falta porque muitos de nós não temos grande companhia para assistir aos shows semanais e aos ppvs, acho que seria interessante para unir ainda mais a comunidade
Agora não posso ler, mas prometo ler esta edição. Parabéns, pá. 500 edições é um marco incrível!
Párabens pelas 500 edições semanais e pelas muitas gargalhadas proporcionadas ao longo dos muitos anos que visito a página. A vontade de continuar é de louvar, parabéns mais uma vez.
Muitos parabéns, adoro os teus artigos!
Muitos parabéns pelo marco das 500 edições, uma década é muita fruta!
Mentiria se dissesse que leio todos, mas vou lendo com regularidade.
Para além das curiosidades históricas desta rubrica, existe também uma coisa indesmentível, que é a leveza e humor com que escreves, não é comum, a cada semana, conseguires encontrar novas formas de satirizar os rankings, e dou por mim a esboçar um sorriso enquanto leio algumas passagens. Só por isso já vale a pena.
Ao ler este artigo, especialmente nostálgico, pois também sou do tempo da Sic Radical, vieram á memória outras rubricas como por exemplo o “Opinião feminina” ou o “Cutting Edge”, o que te torna, pela longevidade, uma espécie de Ric Flair do wrestling.pt.
Agora que já li, há aqui alguns em que me revi.
O Royal Rumble de 2006 foi o PPV que deu na SIC Radical (com 3 semanas de atraso, claro). Umas semanas antes, quando o Eddie morreu, lembro-me de ter um colega a falar sobre isso na escola, mas todos gozámos com ele porque estava a confundir o Eddie com o Undertaker (esse sim, o “morto”). Como ele não era um espectador assíduo e apenas tinha visto aquilo nas notícias, acreditou que nós tínhamos razão. 3 semanas depois é transmitido o Raw de tributo… e depois de muitas lágrimas partilhadas com o meu irmão, lá pedimos desculpa ao tal colega na 2ª feira e dissemos que ele afinal tinha razão e o Eddie tinha mesmo morrido.
Eu tive a febre dos jogos. Tenho o primeiro SvR, o 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e acho que o 2011 também, embora entre 2009 e 2012 tenha acompanhado pouco (via o WWE Experience, que era um resumo do Raw e do SD… que nostalgia!). Em 2012 volta a febre quando descubro o WPT (na altura PTW). Algo que ficou ali até 2017, quando os vimos ao vivo no Campo Pequeno (um dia antes do SD em que o AJ conquista o título ao Mahal). Ver o HHH e o Miz a falar fez-me a noite. 6 anos e meio… como é possível?
A partir de 2018 o bichinho começou a desaparecer e hoje em dia vou só acompanhando aqui e ali pelo YouTube e vejo apenas o Rumble e a WM em directo, como qualquer fã casual. Mas depois de ler este artigo vou fazer uma coisa que estou para fazer há meses: experimentar a minha PS2 e voltar a jogar SvR. Até já trouxe o jogo de casa dos meus pais há umas semanas. Veremos se ainda funciona, que aos 30 anos uma pessoa começa a ficar nostálgica.
Foi o primeiro PPV*
Que sejam muitos mais
Estou meio atrasado, mas vamos lá.
Parabéns Chris, 500 edições é um feito notável. Só mostra o quanto você é criativo e competente.
Eu acesso o Wrestling PT, a uns 12 anos, na epoca ainda não tinha ocorrido toltamente a fusão do WPT com o Universo, eu peguei a “era de ouro dos Artigos do site”, onde quase todo dia tinha um quadro diferente, e o Top Ten sempre foi o meu favorito junto com o Opinião Feminina da Salgado.
Sempre te achei bem criativo, é incrível como você consegue desenvolver varios temas bem diferentes, e sempre como muito senso de humor.
Já comentei dezenas e msis dezenas de Top, usando nicks Aleatórios, por mais que não faça com tanta frequência, eu não deixo de ler nenhuma edição.
Já tem anos que o Top Ten, é basicamente o único motivo de eu ainda acessar o WPT.
Para finalizar obrigado Chris, tudo de melhor sempre.