Ronda Rousey saiu da WWE após o SummerSlam de 2023 e desde então competiu num programa da ROH e em alguns eventos independentes.

Após a sua saída a lutadora afirmou que Vince McMahon continuaria com poder dentro da WWE, mesmo depois de mais um escândalo.

Num excerto da sua autobiografia que será lançada no início de Abril, Ronda Rousey abordou a cultura sexista dentro da WWE e afirmou que se Vince McMahon pudesse tirava os direitos às mulheres.

O NXT foi fundado por Triple H, de seu nome verdadeiro Paul Levesque. Para além de ser o meu némesis na WrestleMania, é, sem dúvida, um dos melhores lutadores da história e uma das melhores pessoas do mundo dos negócios. É casado com Stephanie McMahon, que é filha do Imperador Palpatine da WWE, Vince McMahon.

Vince assumiu o controlo da empresa do seu pai no início dos anos 80 e passou a maior parte dos quarenta anos a jogar uma versão do Monopólio no mundo real do Wrestling, comprando e absorvendo promotoras mais pequenas até ser basicamente dono de todas elas.

Por vezes, é difícil saber onde termina a personagem maléfica, pouco ética e desprezível de Vince McMahon, interpretada para as câmaras, e onde começa o Vince McMahon real, de ética questionável, muitas vezes processado e várias vezes acusado de má conduta sexual. Esta linha ténue entre a personagem e a realidade é um tema recorrente no universo da WWE.

Os pay-per-views realizam-se em grandes cidades como Nova Iorque, Los Angeles e Filadélfia, bem como, atualmente, duas vezes por ano na Arábia Saudita, uma nação que restringe os direitos das mulheres de uma forma que, tenho a certeza, Vince McMahon gostaria de poder fazer.

A WWE adora fazer segmentos de vídeo bem produzidos sobre o legado das mulheres dentro da organização, mas a verdade é que as mulheres têm sido, em grande parte, notas de rodapé.

Durante muito tempo, foram relegadas para servir personagens masculinas num papel de valer, com personagens excessivamente sexualizada que dá golpes baixos quando o árbitro não está a olhar. Com o tempo, à medida que o nível de talento feminino crescia e a sociedade como um todo começava a mudar, a organização expandiu gradualmente o papel das lutadoras.

A WWE apresenta-se como uma organização de Sports Entertainment, tal como na indústria do entretenimento, existia, segundo todos os relatos, uma cultura em que homens em posições de poder nos bastidores, pressionavam as lutadoras para obterem favores sexuais em troca de tempo de antena.

Houve tantas acusações e escândalos públicos que é difícil manter o registo, e outros mais que tenho a certeza que a WWE conseguiu varrer para debaixo do ringue.

As mulheres não estavam apenas a ser rebaixadas nos bastidores, mas também nos programas. Até 2007, os “Bra & Panties Matches”, em que as lutadoras ganhavam o combate despindo a adversária até às cuecas, era algo que acontecia.

Mesmo depois de os executivos da WWE terem retirado essa gimmick – de certeza com muita relutância e com muitos lamentos sobre o politicamente correto -, ficou claro que a organização dava mais valor à aparência física de uma mulher do que à sua capacidade física.

A Era das Divas, com o título em forma de borboleta cor-de-rosa, surgiu por volta da mesma altura. As mulheres, apesar de agora serem retratadas como lutadoras, ainda se esperava que tivessem um determinado aspeto – muita maquilhagem, pouca roupa e mamas enormes.

Seria preciso quase mais uma década, anos depois de eu ter provado que as mulheres podiam ser uma grande atração nos desportos de combate, para que as mulheres começassem realmente a ter tempo num ringue da WWE.

E foi só depois de a WWE ter sido basicamente forçada a fazê-lo, na sequência de uma reação global nas redes sociais com o #givedivasachance, depois de ter sido dado às Divas um total de trinta segundos – menos tempo do que a maioria das pessoas demora a ler este parágrafo – para um combate de equipas transmitido num programa televisivo.

Quatro mulheres tiveram menos tempo para lutar coletivamente do que todos os homens do roster tiveram só para as suas músicas de entrada.

Apresentada esta informação a uma pessoa alheia ao mundo do Wrestling, poder-se-ia chegar à conclusão de que existe uma cultura sexista e patriarcal preocupante na WWE. E terias razão.

Não tenho nada a não ser respeito pelas lutadoras que abriram o caminho para as lutadoras de hoje. E nada mais do que repugnância pela quantidade de tretas sexistas e degradantes a que foram sujeitas.


Esperavas estas palavras de Ronda Rousey sobre Vince McMahon e a WWE?

5 Comentários

  1. Falou muito bem.

  2. John Sino badalando1 mês

    Estamos c@g@ndo pra vc Ronda. Carreira bem bost@ na wwe

    • Noah1 mês

      Ela possui uma carreira maravilhosa no mundo do desporto.
      1. Reconhecida a nivel do Judo.
      2. Auge da fama no UFC e provou que as mulheres podem ser Main Event.
      3. Usou seu poder e reconhecimento que adquiriu fora para se impor dentro da WWE para que a empresa passasse a ver as mulheres como Main event da wreslemania.
      No mundo do wresling foi a Rhonda que abriu as portas as mulheres para estarem no Main Event da Wreslemania

    • WWEdge1 mês

      John Sino badalando, essa é a tua opinião relativamente à passagem da Ronda pela wwe e sobre isso não vou comentar, porque como eu disse, são opiniões e também gostos pessoais. Agora, não podes ignorar nem negar que o que ela falou, infelizmente, é real.

  3. Eo Caso1 mês

    Parei de ler na parte que ela diz que o Vince assumiu o controle da empresa do pai dele. Na verdade ele comprou a empresa.